quinta-feira, 21 de julho de 2011

Apenas Um Acidente

Bom dia,

Como sempre agradeço a visita de todos, e apreciações que recebo, isso me estimula e incentiva a continuar, mas hoje a Polly volta contando sua história e alimentando nossa curiosidade, na verdade a de vocês, espero que gostem.









Capitulo 9




Nosso mês foi recheado de descobertas, nossas afinidades musicais, literárias, cinematográficas, nossas divergências futebolística, realmente ele não poderia ficar em casa nos dias de clássico, seria uma verdadeira chacina de corinthianos contra um solitário palmeirense.

Andar pela cidade com o Miguel em nossos passeios era extremamente interessante, pois ele me fazia observar os mínimos detalhes de cada rua que passávamos, e adorava me dar bibelôs para recordar cada momento que partilhávamos. Tive um mês de amor, livre de perseguições do meu primo, ou da guria dele, como secretamente descrevia a Carol, mas hoje seria minha grande provação, passaria meu primeiro final de semana com ele, não estava sendo pressionada a nada, afinal sou uma mulher adulta, já fiz isso antes. Somente não me imaginava fazendo nada novamente, meu desejo não era ser tocada por ninguém, mas quando o Miguel me tocava, meus medos e receios eram afastados, dando lugar ao desejo incontrolável de ser de alguém.

Estou terminando de arrumar minha bagagem, totalmente perdida do que devo levar, como vou me comportar perto dele, não sei se vamos ter quartos separados na pousada Canto do Mar, fazia muito tempo que eu não ia para São Vicente, então não fazia ideia de como estaria o clima. Mas o pior seria ter que usar biquíni, então preferi os maios de corpo inteiro, assim poderia encobrir a maioria das cicatrizes, só não conseguia imaginar como se esconder no caso de ficar nua na frente dele. Nessa confusão de roupas, medos e decisões não notei meu celular tocando até cair na caixa postal, quando coloquei para ouvir a mensagem veio a voz forte, mas doce de Miguel no meu ouvido:


"..Cachos se está perdida entre roupas me grita para te resgatar, porque estou chegando em meia hora para partimos, senão o transito fica difícil... te amodoro".


Meu Deus meia hora para conseguir me arrumar e terminar as malas, corro para o banheiro e tomo banho rapidamente, coloco um vestido leve pois o tempo está quente, calço sandálias confortáveis e deixo os cabelos molhados soltos para secar com o tempo. Termino de arrumar minha mala a tempo de descer o elevador e esperar por Miguel na portaria, não queria o drama dos olhares atravessados dos meus pais ou irmãos, estou cansada de cada luta pela minha liberdade, e se eu quiser que esse relacionamento dê certo, esta é minha oportunidade de ser sincera com ele e finalmente me entregar de corpo e alma, pois meu coração ele já tem nas mãos. Vejo seu carro se aproximar e corro em direção a ele, aguardando estacionar na calçada.

- Oi vc minha Cachos! - ele diz me enlaçando pela cintura e mordiscando meu lábio inferior. -Você está linda.

- Oi vc! Estou normal. - digo envergonhada, pela falta de costume em receber elogios, mesmo que ele tenha passado o mês fazendo isso. - Então vamos? 

- Vamos, mas se a senhorita me permite, quero admirar mais um pouco minha namorada.

- Bobo! - digo sorrindo cada vez mais vermelha.

- Tu sabe que adoro quando fica assim toda vermelhinha? Parece uma bonequinha de porcelana, desenhada especialmente para mim.

- Não sou de porcelana, mas concordo que fui desenhada especialmente para você.

- Eu sei, por isso não consigo tirar os olhos de ti.

Com isso ganhei um beijo delicioso, que me surpreendia toda vez que ele me beijava, era tão familiar e sempre tão excitante, fazia meus medos desaparecerem, e somente o futuro brilhar a minha frente.

A estrada estava calma até o momento, íamos escutando coldplay a pleno volume e cantando desajeitados e sorrindo felizes. Conversar com o Miguel era fácil, porque ele me entendia como poucos, e até em momentos silenciosos parecia que conseguíamos nos comunicar pelo olhar.

Chegando na Pousada admirei a construção rústica e aconchegante, mas isso não evitou o medo que senti em como seria a divisão de quartos, ele deve ter lido em meu rosto a apreensão e tentou me acalmar:

- Eu reservei dois quartos, você escolhe o que quer, está bem?

- Sim, está bem, vou dividir o quarto contigo.

O grande sorriso que se formou em seus lábios me fez ruborizar, mas a decisão estava tomada, iria enfrentar meu medo e permitir ser amada finalmente, depois encontraria uma forma de contar a ele tudo o que se passou comigo, e rezar para que não fosse repudiada de alguma forma.

Miguel pega nossas malas e se encaminha para a recepção, onde cancela e paga a reserva do quarto reserva e pega as chaves do nosso quarto, caminhamos com o carregador pelo corredor decorado de forma tropical e clara, me atento aos detalhes do piso rústico e as janelas grandes, sinto a brisa marinha invadir meu olfato, tento escutar o som das ondas quebrando nas pedras, somente para não pensar no que fazer quando estivermos a sós nessas quatro paredes.

- Pronta Amor? 

Miguel me pergunta com a porta já aberta, não eu não estou pronta, mas me forço a entrar mesmo assim, observo o ambiente, sem conseguir desviar meu olhar da cama enorme no centro do quarto, e ao mesmo tempo em que sinto temor, sinto curiosidade e um imenso desejo de estar ali, naquele espaço com ele. 

- O que acha de darmos uma volta pelo calçadão, depois comer algo? 

- Acho fantástico, depois ajeitamos tudo.

Saímos novamente da pousada, e caminhamos em direção a praia, o sol já está se pondo, fazendo ainda mais bonito a paisagem a nossa frente, as ruas começam a fervilhar de turista e habitantes locais. Nos sentamos em um restaurante que estava mais tranquilo que os demais aos arredores. Pedimos nosso jantar e desfrutamos dos nossos silêncios enquanto comíamos e nos observávamos. Após o jantar, retomamos lentamente nossa caminhada, e seguimos para a feirinha, onde me enchi de pulseiras e colares, queria os prendedores, mas o Miguel não deixava que eu domasse meus cachos, dizia preferir ao natural, soltos e rebeldes, com cara de quem acaba de ser amada.

Depois de obriga-lo a dividir uma taça de mousse de chocolate, ele aceitou, mesmo indo contra sua dieta rígida para manter a boa forma, com ações simples e gestos amáveis, me fazia se apaixonar por ele, sem o menor esforço. Eu podia esquecer sua fama de mulherengo, ou os olhares hostis das suas ficantes na faculdade, o importante era o agora. Principalmente que chegávamos a pousada e este era o momento de me entregar definitivamente.

- Bem minha Cachos, estamos em lua de mel por uma semana, sendo assim preciso fazer contigo a grande entrada em nosso santuário.

Dizendo isso ele me surpreendeu ao me pegar no colo e caminhar pelo corredor em direção ao nosso quarto, pude apenas sorrir, e sentir o desejo se instalar em meu corpo, prestes a descobrir o dele.




^AngelP^


2 comentários:

And_Rodrigues disse...

Esta excelente. A história cada vez mais contagiante, e o casal é lindo. Espero que post mais logo dessa história.

Amodoro

^PAR^

Nely disse...

Amei sua história e estou ansiosa por mais postagens, parábens.

Nely

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