segunda-feira, 11 de julho de 2011

Apenas Um Acidente

Boa noite,

Depois de um descanso Polly volta para descrever sua trajetória, espero que apreciem. Agradeço as visitas de todos e espero que voltem, e jamais posso deixar de agradecer minha Inspiração que me apoia e ajuda sempre.










Capitulo 8




O meu amanhecer nunca pareceu mais belo e caloroso, mesmo em um dia chuvoso de março. Acho que os apaixonados realmente vêem beleza em tudo, me levantei renovada, disposta a tudo, trabalhei animada, deixei o tempo correr ao seu tempo, pois sabia que no início da noite o veria novamente, e poderia sentir a magia do seu toque na minha pele.

Apesar de todo o drama na minha casa sobre quem me levaria para a faculdade, não me arrependi em ter caprichado um pouco mais no meu visual, quando saí na portaria do meu prédio. O Miguel estava encostado em seu carro, com os braços cruzados sobre seu peito amplo, observei cada detalhe seu conforme descia as escadas. Do tênis all star preto e surrado, aos jeans igualmente pretos, o suéter vinho que se aderia ao seu corpo, revelando os músculos do seu braço, subi o olhar em seu rosto, e encontrei seus olhos amendoados e seu sorriso fácil.

- Olá minha Cachos! - ele me enlaçou pela cintura e beijou com doçura, somente me rendi ao seu toque, ao calor do seu corpo contra o meu, a maciez dos seus lábios.

- Oi você! Vamos?

Ele me dá um sorriso mais largo ainda ao abria a porta do carro para mim, me acomodo no assento do passageiro enquanto ele dá a volta e toma seu assento e se vira sério para mim.

- O que seus pais fizeram em relação ao seu primo?

- Por enquanto nada. - algo que me enfurecia, e pelo que vi em seu rosto a ele também.

- Como assim nada? O cara vai simplesmente se safar?

- Não sei Miguel. Mas quem sabe agora que estou contigo, ele não se aproxime mais?

Não obtive resposta, o silêncio foi quebrado apenas pelo som do motor sendo ligado. Fico sem entender sua reação, queria me desculpar pelo inconveniente em ter um parente como meu primo, mas não sabia mais o que dizer. Fiz apenas o que me acostumei a fazer com todos a minha volta diariamente.

- Me desculpe, eu não quero ser um transtorno para você. Se tudo isso for demais, não importa, é melhor tu desistir mesmo, eu entendo.

As palavras saíram disparadas da minha boca, ferindo a cada respiração, porque mesmo sabendo que era uma complicação para qualquer um que se envolvesse comigo, não queria perde-lo tão cedo. Por essas razões que escolhi me afastar dos outros ou tentar algum relacionamento.

- Hei Cachos! - seu tom assustado me sobressaltou. - Eu não vou desistir de você porque o babaca do seu primo te quer. A culpa não foi sua, se estou com raiva é por ele não ter sido punido corretamente, mas você tem razão, comigo por perto, é melhor ele manter a distância de você. E nunca mais se ache um transtorno pra mim.

Paramos no estacionamento da faculdade e ficamos nos observando em silêncio, enquanto ele ergue seu dedo e passa pelo meu rosto em uma caricia singela.

- Cachos, eu te quero e nada vai me fazer mudar de idéia quanto a isso, então se acostume com a minha presença, preciso de você do meu lado. - Eu conseguia somente sorrir para esse rosto lindo e amoroso tão próximo do meu. - Vamos entrar antes que eu te seqüestre para longe daqui.
Entramos no saguão de mãos dadas, conversando e sorrindo, para mim o mundo exterior não importava, simplesmente deixava de existir. apenas o som de uma voz feminina e estridente gritando pelo Miguel me tirou dos meus devaneios. Ele parou bruscamente e claramente perturbado por essa interrupção, apertou minha mão com um pouco mais de força.

- O que foi Carolina?

Então essa era a guria que se pendurava no pescoço dele? Observei Carolina que parecia desconhecer minha existência, pois tinha olhos, sorrisos e peitos em um generoso decote apenas para Miguel. ela era mais alta do que eu, tinha os cabelos castanhos lisos e compridos, olhos negros que se encontraram com os meus, e quando me notou me encarou com fúria.

- Quem é essa garota? Por isso... - ela disse com desdém. - que você não foi me encontrar ontem à noite como havíamos combinado?

- Essa Carolina, é a minha namorada, e se bem me lembro, eu recusei o seu convite para sair ontem, então se nos dá licença, estamos indo para a aula.

Miguel me puxou em direção as salas, eu não sabia o que pensar, mas estava secretamente feliz pela forma que ele me apresentou, pode ser bobo, mas era uma forma de reafirmar seu compromisso comigo, principalmente com a guria que quer ficar com ele.

- Vai, pode falar. 

- Eu não vou falar nada.

- Eu sei que tu quer discutir! 

Ele me olhava com apreensão, mas eu realmente não queria discutir sobre nada disso, aceitei sua palavra, estou lhe dando minha confiança, apenas espero não me arrepender.

- Eu confio em você, nada disso importa, é passado. E desde que este passado não me agrida, eu não quero saber, está bem?

Sua expressão se suavizou transformando os lábios tensos em um meio sorriso, não pude resistir a imagem e lhe dei um beijo rápido antes de me virar para entrar na sala de aula. Mas ele me impediu e me abraçou forte enquanto beijava o topo da minha cabeça.

- Obrigado por confiar em mim Cachos, não vou te decepcionar.

Nos separamos, mas não consegui deixar de olhar seus passos até o final do corredor quando se virou para me acenar um adeus, estou sorrindo, mas rezo para que ele não me decepcione, já tenho pouca confiança no ser humano, não preciso mais desta decepção.




^AngelP^


1 comentários:

And_Rodrigues disse...

Muito bom esse capitulo, como todos os outros, cada vez melhor. Parabéns pela história, Miguel e Pollyana são formam um belo casal.


^PAR^

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